Parashat Balak
Imagine se você pudesse olhar uma machané de jovens do alto como quem está em cima do morro ou como quem está fazendo arborismo, num dia típico, se é que há dias típicos nas machanot de jovens. O que será que você veria, ou melhor, o que é que você diria?
Numa situação semelhante alguém disse:
מה טבו אהליך יעקב משכנתיך ישראל
Quão belas são as tuas tendas ó Jacó e as tuas moradas ó Israel. Esse trecho da Torá, que tornou-se parte uma das nossas mais conhecidas orações, foi proferido, segundo a narrativa bíblica, por Bilan quando ele olhando do alto viu em perspectiva o acampamento de Israel.
A tradição de acampar é muito antiga e vem desde de a época da juventude de nosso povo. Ela começa lá no princípio de nossa caminhada histórica quando Deus revelando-se a ao patriarca Avraham disse-lhe: “Lekh-Lekhá” – “Saia da tua casa e vá para a terra que eu lhe mostrarei”. A partir daí Avraham foi viver num acampamento. Assim também viveram Isaque e Jacó. Séculos mais tarde, quando nosso povo saiu da escravidão das cidades egípcias, eles foram acampar, fazer uma grande colônia no Sinai. Naquela colônia Moshé Rabeinu era o rosh machané, Aaron o merakez, e os cohanim – os sacerdotes – eram os madrikhim. A começar do rosh machané, eram naquela época todos novatos. E a machané passou por momentos muito difíceis chegando até à revolta dos hanikhim, que muitas vezes não queriam ficar quietos e colaborar. Mas houve também momentos mágicos, como quando após trocaram a noite pelo dia, e passarem a noite toda a cordados, eles receberam de manhã cedo a Torá. Sim a Torá foi dada a nós durante uma machané, isto én um acampamento. Uma machané tão boa que dizem, durou 40 anos.
Eu creio que aqueles que imaginaram acampamentos juvenis, tinha isso em mente quando, há muitos anos atrás idealizaram as tnuot noach. De alguma forma eles sabias que as machanot eras os melhores lugares para receber a Torá na juventude. Pois os espaços abertos, a simplicidade e o companheirismo, vividos numa machané tornam os corações e as mentes mais abertos para compartilhar os judaísmo. A colônia é o melhor lugar para se receber a Torá na juventude.
Muitos de nós temos boas memórias de colônias e makhanót, tanto quando éramos hanikhim quanto como madrikhim, em diversas instituições ou movimentos juvenis da comunidade. Muitas da minhas melhores amizades que eu tenho até hoje, e creio que de muitos de vocês também, foram amizades iniciadas e compartilhadas durante colônias e makhanot. Foi tão bom, que nós mandamos nossos filhos e suas filhas, para que eles tivessem a oportunidade de ter a mesma rica experiência. Está é a experiência de receber o judaísmo de forma lúdica. Acho que isso também é “lê dor vador”.
Olhando do alto, mais alto do que Bilam viu o acampamento de Israel, os criadores de movimentos juvenis, certamente veriam como as colônias e machanot mudaram desde que foram idealizadas. Algumas mudanças eles talvez aprovassem outras não. Mas olhando do alto e vendo a juventude das nossas congregações tão viva e divertindo-se tanto, eles talvez exclamassem:
Quão belas são as tuas machanot ó Israel, os teus lugares de estudo Yaakov.
Shabat Shalom
Rabino Alexandre Leone
Coordinador Pos Graduacion en Estudios Judaicos, Sao Paulo
Unisal- Seminario Rabínico Latinoamericano
LA PARASHÁ EN VIDEO:
Un proyecto conjunto entre el Seminario, Masorti Olami y la Asamblea Rabínica.
Los invitamos a compartir la parashá de la semana:
Parashat Jukat por el Rabino Adrián Fada, Comunidad NCI – Emanuel, Escuela Arlene Fern – Buenos Aires – Argentina